sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Luiza do Saco

A anciã esmolava pelas ruas do lugarejo, seus pertences cabiam em um saco encardido, o que lhe valeu o apelido. 
O jeito de bruxa de filme e a saia farrapenta de contra o vento metiam medo na molecada.
 Seu abrigo era a rodoviária, antiga estação de trem dos tempos áureos do café,  lá barganhava uma pinga no bar e gastava suas horas observando o eterno ir e vir de passageiros.  
Diz que em um ano novo, dona Luiza remoçou, comprou uma passagem e foi embora para São Tomé das Letras. 

Um comentário:

Lucianocencio.blohspot.com disse...

Conheci a Luiza do Saco. Tinha unhas sujas e compridas, usava a saia esfarrapada, tinha cabelos longos e desgrenhados.
Não sabia que ela tinha ido prá São Tomé das Letras, mas se ela foi pra algum lugar, deve estar lá mesmo, tentando contato com os ETs.
Só sei que ela sumiu e virou uma lenda!Tudo que ela tinha estava no saco que ela carregava.
Beijos, Lu.