quinta-feira, 26 de julho de 2012

TEM DÓ VÁ !!!

http://www.yoshihitotomobe.com/yoshihito
Nada de solidariedade com o café de beira de estrada, corre ligeiro pela conversa boa, não espera nem matando.
Sem pena de quem ama, é traiçoeiro na soneca agarradinho.
Matreiro no trabalho, escorregadio na farra.
Trama fina de vontade própria, imune aos desejos alheios, passa como quer.
Furta-paz marvado,vai embora sem aviso
Irredutível, eterno e impassível, faz valer seu poder.
Sob sua espada, nem birra, nem manha
Sem meios para escapulir, sobra acelerar

Ô relógio filho da puta, tem dó vá!!!

Making-Off
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Fora da Lei

Segredo lacrado na poeira do porão
http://www.yoshihitotomobe.com/yoshihito
-Pega o carregador, que ali ainda sobrou uma tomada
-De quem era esta velharia?
-Da minha bisa-tri-qualquer-coisa-avó, a doida dizia que ia bater as botas nesta cadeira elétrica, mas a véia foi e a motoca ficou.
-Caralho Lucinha,  é das carburadas, ano 97, século XX, meu tataravó teve uma, mas era da S
-Heringer,  para de se gabar e ajuda
-Tá bão, fala pro André Márcio Akira chamar o cara
-Dézinho, cê acha que esta coisa anda como?
-Tudo eu... Dezinho concerta, Dezinho faz andar...
-Já manda o cara trazer o pacote da alegria: gasolina, cigarro e café, que ele tem tudo quanto é substância ilícita.
 
Making-off
Interior de São Paulo, sobrado detonado- reformado-detonado da família Thomaz, 02 de novembro de 2103
Diz que uma panhead jáz no sítio na beirada da antiga Capitão Barduíno,que a S foi parar em Itararé, e que o Dézinho é neto-sobrinho-segundo do Marcinho... 
 




sexta-feira, 30 de março de 2012

Cowboy

http://www.yoshihitotomobe.com/yoshihito/
Em São Paulo quase Minas, frio de estralar
Tem uma moto branca vazando óleo à beira do vale
Motor quente, cheiro de gasolina
Costas largas e Jeans surrado acendem o desejo 
Diz que a bela que monta na garupa, não volta mais, se retornar, é de coração moidinho, e juízo avariado.
No século passado, em noite de 13 de agosto o Cowboy foi da estradinha feita no caminho da carroça para o paletó de madeira, sem escala na Santa Casa do lugarejo.
Diz que o marvado dá as caras no acostamento nesta data, na gana de ceifar alguma desavisada.
Azar, sorte ou dia errado, nunca o vi...
Reza a Lenda que a estradinha é a Capitão Barduíno.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Juliana

Madrugada, viseira turva de neblina, na estradinha garoa fina
Batidão carburado no fog londrino de Paranapiacaba
Atarrachada na garupa da miliduque vermelha, vai a morena trigueira
Curvas formosas, olhos de amêndoa
Faz que vai mas fica, beijo roubado no acostamento
Lua cheia escondida, despedida na soleira da porta


Pretexto para retorno, largou a jaqueta nos ombros da morena

Um dia depois o senhor de rosto vincado atende a porta, mostra a foto,
e para não passar por mentiroso leva o Alemão ao cemitério.
A jaqueta está à disposição no túmulo da trigueira, que bateu as botas há 17 anos.

Making-off
Diz que o nome dela era Juliana e jaz no cemitério de Paranapiacaba
Filha amada e professora querida

* 1970
+ 1995
Quem não acreditar pode perguntar para o Eullão.
O cara paga uma grana pelo resgate da jaqueta, mas tem que ser em noite de lua cheia.
* Ilusração David Mann 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Verdade?

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Doida não, impulsiva.
Vadia não, intensa.
Ingênua não, otimista
Ciumenta não, precavida
Impaciente não, apressada
Companheira não, cúmplice
Irritada não, furiosa
Teimosa não, decidida
Folgada não, ousada
Má não, perspicaz
Briguenta não, tempestiva
Insensível não, forte


Making-off
 A Verdade, é um retrovisor velho e distorcido, poça d'água no acostamento

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Coragem

http://www.yoshihitotomobe.com/yoshihito
Coragem é virtude, é defeito, caminha na beirada da burrice, flerta com a teimosia, orna com arriscado, faz par com destemido, atropela o muro do marasmo.
É graxa que encarde a alma e turva a lucidez
Coragem é visilumbrar o melhor do que é bom sem fazer conta do que pode ser pior
Sobra que tem dia coragem dói.

Making-off
Não tem e que se foda

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Novo de novo

Ano novo de novo, sem juras nem promessas
Que venham o bom e o simples
Asfalto, acostamento e café de beira de estrada
Cheiro de gasolina e pancadão das traquitanas carburadas
Frio na Anchieta
Pista em noite de lua cheia
Varanda e conversa na cozinha
Manhã de chuva para vadiar na cama
Tubaína, almoço na padaria, e coxinha no posto de gasolina
danadice e marvadeza

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