Um pensamento torturante invadiu sua mente : E se lá não tiver abajur, durmo de luz acesa?
Em Monte Verde, já de posse da chave, era chegada a hora do enfim sós.
Gordinho scaneou o chalé a procura de uma luz do medo, achou-as generozamente distribuídas à esquerda e à direita da cabeceira da cama, com reguladorzinho de intensidade e tudo.
Concluiu que a diária foi bem paga.
A noiva não quis luz nenhuma, já ele deixou sua luz do medo "no talo"
-Vai saber que tipo de assombração perambula nesse meio de mato.
Tentando dormir Gordinho sentia-se estranhamente quente, arrancou as meias, o pijama que ganhou da madrinha, em cuecas, sentia-se quente.
Virou para um lado, outro , fritava feito panqueca. Enquanto sua companheira dormia o sono dos justos.
-Amor está calor?
- Não, tá frio pra cassete ... dorme aí.
Assaltou o frigobar - Três vez, três geladinhas, nenhum alívio duradouro.
Suando em bicas Gordinho toma outro banho morno quase frio, deita novamente e vai-se a noite em um eterno fritar.
Em agonia vulcânica, achou que ia bater as botas, estaria na menopausa? Abriram-se as portas do inferno?
Pela manhã após outro banho morno quase frio, sentou a bunda morna e sentiu que o colchão ainda estava quente.
-Mas que raios ???
Fez uma descoberta aterradora: a "luz do medo" era parte do mecanismo do aquecedor, cada um podia controlar o aquecimento do seu lado do colchão, quanto mais claridade na lâmpada, mais calor no colchão.
☼☼☼
Gordinho, é marmanjo barbado e tem medo de escuro.
Um dia sem maiores churumelas confessou à noiva seu medo pueril.
Ela nem-te-ligo-farinha-de-trigo, ama-o no claro ou escuro ou com luz do medo.
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