sexta-feira, 6 de março de 2015

KILLometros

Sem apego aos faixa-branca tinindo,  sol de esturricar os miolos , mormaço defumando até o DNA
Estrada travada, café, água, Rio Paraná , pradarias , mais pista lascada, mais café, mais água, mais pradarias... 
Paisagem de primeiro capítulo de novela, entardecer vermeião e surra da estrada.  
Breu e acidentão alheio na chegada.
Owwwww !!! Para aqui !!! Douradas sirigaitas oferecidas, a cobiçarem meu cangaceiro. 
Para aqui vosso cu ... bando demalacabadas , projeto falido de garupeira, voodu das pradarias... desinfeta piranha , tira o zóio maria garupa, mangalô três vezes... cheguei. 


Making-Off

Seduzida pela idéia de vagar nas pradarias do Wywoming  
feito um siox desgovernado, topei encarar os mil e pouquinhos KILLometros até Dourados-MS. os últimos trechos, me quebraram. 
Só cansa demais, o que é bom demais. 
Contos retroativos - Novembro de 2014 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

SEXTA 13

Sexta 13 , o dia está de asfalto fumegante 
Amarrada na burocracia, feito graxa na corrente,
azeitando um sistema que se entende não concorda , e se concorda não entende.
Tédio de pneu furado,  motor afogado, boia encantada, vai na boca gosto de parafuso chupado.                                                                     
Melhor o batidão carburado do Evo derretendo as pernas e defumando as botas, que a monotonia dessa merda de ventilador a me provocar.

David Mann 

David 
Making-off
Se eu fosse marxista no lugar de 
"feito graxa na corrente"  seria "massa de manobra"
no lugar de  "azeitando o sistema"   seria "massa de manobra" ... 
no lugar de se "entende não concorda" seria ....  



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

NUNCA PODE

Pode chegar, dolorido, sujo, moído, ferrado, feliz.
Pode ter cavalos-marinhos nas botas encharcadas.
Pode o capacete pesar e precisar WD nos joelhos.
Pode a traquitana ficar suja feito moto de trilha.
Pode viajar sob a lua cheia, ou no calor vulcânico do meio dia. 
Pode tomar uma sova da chuva e do frio.    
Pode ser pista seca,  molhada ou desaforada. 
Pode pegar a estrada dos sonhos ou fazer a viagem fantasma. 
Pode ser trem de um, de poucos, de muitos
Pode fazer ou desfazer amizade
Pode ficar com fome, e acelerar para espantar o sono.
Pode curar porre e dor de cotovelo 
Pode tomar café de beira de estrada
Pode ir onde gosta ou onde nunca foi 
Pode quebrar e acabar a gasolina 
Pode demorar muito, pode até não chegar 
O que nunca pode é parar de correr gasolina nas veias 

Making-off 

Não tem e pronto. 



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SERPENTE

Ousadia acostamento abaixo no caso dele existir.
À luz da lua, num trem de dois,  meu Capitão de Estrada a riscar o trajeto. 
Buracos, pedregulho e curvas insondáveis. 
A sorte favorece os corajosos, o escuro socorre os covardes. 
Na espreita relâmpagos e tempestade. 
Posto de gasolina fechado, restou planar nas decidas do Rastro da Serpente,
Madrugada alta, sweet Hotel Apiaí. 

Making-Off 

2013 -Viagem de fim de ano 
Nem se sair chantili da teta da vaca volto lá à noite. 
Contos retroativos: Antes tarde que mais tarde. 


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O Veterano

A presença forte causou impacto inexplicável.
Atordoada pela visão, não sabia se atendia, ou pedia para tirar uma foto, embasbaquei total.
Do outro lado do vidro estava o Veterano.
Grisalho impecável em sua indrumentária militar completa da década de 30, botas e capacete.
Calmamente ele explicou a que veio, entregou alguns papéis, agradeceu com um sorriso, tomou café e se foi.  
No atropelo de historiadora falida saí no seu encalço, mas sem meu crachá, não venci as catracas.
Quando ganhei as escadas, a visão histórica já não estava mais.
Hoje vi a honra e a história em carne, ossos, e farda.

Making-off
E pirem, tive o privilégio de servir um café e ganhar um aperto de mão do Veterano da Revolução Constitucionalista de 1932  que esteve no meu balcão.

A foto inesquecível.... ficou só na mente. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Piquiniqui Sinistro

O detalhe do detalhe perdido pela falta de registro imediato.
Foi  Trem sobrenatural, os caras, e a mina.
http://www.yoshihitotomobe.com/yoshihito
surrupiando o sossego dos fantasmas à beira dos trilhos do trem.
Sem mandinga, só de comer e de beber.
Na falta de uma virgem para o sacrifício, os
causos e lorotas rondaram a estação abandonada.
A neblina espreita, esconde a lua e engana as vistas.
Antes da Hora das Bruxas, os Malvadões tomam o rumo de casa.
O pessoal cheio de atributos tecnológicos, registrou para a posteridade o Trem Sobrenatural na estradinha.
Ninguém soube identificar quem era o motociclista
misterioso que aparece na filmagem, mas não consta do passeio.

Making-off

Caso alguém o faça, será de bom tom calar a boca...


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Coletânea -Vocábulos encardidos

Mina biker, não fica velha fica clássica, não tem enxaqueca, tem sensores desregulados

Não tem menopausa, tem problemas no radiador

Ano da fabricação: pode não condizer com a kilometragem, nem com o estado de conservação

Estrias, não temos, no máximo somos ornadas com uns pin-stripes naturais

Mina Biker Não tem pneuzinho, se for o caso, temos alforges, ou chup-chup de Jack Daniel's....

Cabelos brancos - também não temos, só uns fiozinhos CROMADOS e tacamos tinta neles - sem dó.

Tatoos: customização da pintura original (ainda não cheguei na parte da funelaria,) 

Kit Anti-rugas: Capacete, bandana e óculos escuros

Casa / comida / Roupa lavada =Trocamos por Casa / café / Lugar para guardar a moto

Rolê Cowboy: Não faço,
 porque Santo Antônio é meu amigo. 

Para as minas bikers avulsas:

Identificação positiva de encrenca: É curva com óleo em dia de garoa.

Marvado: é o cara “curva com óleo em dia de garoa” só que mais tudo de bom.

Elogiando um marvado: Bonito feito motor de Harley Davidson

Noite de fartura: Alguém anotou a placa do Harlão que me atropleou?

Mina Biker não fica apaixonada, lambe asfalto. (um asfaltinho, não a Route 66 inteira)

Mina biker não tem paquera, tem prospect: ganha escudo inteiro conforme o merecimento e empenho na função.

Problemas de relacionamento: Vou mostrar para este cabra com quantos pistões se faz um Harlão. 

Discutir a relação: coroa,corrente, pinhão.

Glamour encardido:é algo como chantilly salpicado de fuligem , ou cupcake engraxado.
Lanchinho: “Patricinha” que o biker rapta na balada alheia e leva pro abate

Marmita: As garupas que me perdoem se puderem.

Chorar a kilometragem derramada = chorar o leite derramado, ara seje, ir de carro e depois ficar com dor de cotovelo. 

Chuva na estrada: se não te mata, te deixa um pano de chão

Mina Biker tem 2 neurônios no topo da hierarquia: o Harley e o Davidson (um acelera e o outro vaza óleo) 


Making-off 

Pocket Edition - Organizados do jeito que eu quis