Diz que o Vô do pai escutou um choramingo perto da porteira, na certeza que era reinação de Saci, pumirdi de ser lua cheia, foi de garrucha em punho fazê os conferimento, e vortou com um fiote de cruz-credo.
Acomodou o bicho feio perto do fogão, que as brasa de meia vida havia de aquecer o esquisito.
De manhã teve de acudir a Malhada numa mujidera doida, deu o que ver pra fazer o cachorrinho dente de serrote larga das teta da coitadinha.
Então cumpadi, o Duque foi pegano esse formato meio cachorro, meio lobo, meio cruz-credo.
O medonho se virou em guardião dessas terrinha, da porteira pra cá, só se ele deixar, bicho peçonhento passa varado daqui, marintensionado não ganha ousadia, até as lumbriga sumiru das barriga dos moleque.
O bichão dorme alí ó, no pé do fogão, ele inda pula feliz se nóis pita fumo de corda quenemque o Vô pitava.
Em noite de lua cheia os pelo do Duque fica tudin rupiado e o zóio dele brilha vermeio no terrero, quem viu num vorta pra conta não.
Making-off
O causo original é daqueles de beira de pista, ouvi na Parada do Queijo em Joanópolis - Terra de Lobisomem por excelência. A Dona Marisa e a Bia noticiaram que um certo cumpadi, em noite de lua cheia, correu da porteira até a cozinha com o cachorrão Duque no seu encalço, porém ao chegar, o cabra deu com cachorro cochilando no pé do fogão e concluiu que escapara de um lobisomem carrancudo, fez sinal de nome do pai três vezes, amém.
*Não é porque eu vi que existe e não é porque eu não vi que não existe.
Um comentário:
Olá LU tdbm!!! aqui o Caetano das pinturas, adorei o que li e principalmente os termos "caipira dos" me levaram para os tempos dos meus avós, o que já valeu, parabéns menina, já sou fã! inté a próxima...
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