Diz que o do cabelo loiro carapinha foi despachado pra Uropa na missão de estuda esse negócio de cientista, daqueles que mistura as coisa e ferve elas drento dos vidrinho só pra vê se exprode ou muda a cor, mai cuitado, os Doutô botaro o curioso pra corre, quem qui madou o rapaiz achar de cavuca nas crendice do povo e nas alcova das bruxas pumordi de desvendá segredo das erva e dos enfeitiçamento de cura.
Já que vontade de curar o povo num saia do seu peito, ele se amuntou no navio e vorto, desembarcou na Capitar no meio de uma encrenca danada, porcausdique os besta preferia morre ca cara cheidi bixiga que se avacina, ói que bestagê.
Depois da peleja, ele gastou umas temporada fazeno estudamento no Rio, com um tar de Seo Cruz, o causo é que o moço cansava logo dos vidrin, sua sina era de especulá com os erveiro, cavuca os segredos das raíz, nóis acha até que os Encantados puxava ele.
E óia que teve que aprende tudin de novo, pumordi das erva aqui ser diferente das dilá, craro fique, que as bruxa daqui tamém, mais bonita que as dilá.
Diz que e o moço rodou nos terreiro da Mãe Preta da Divina Luz, e conheceu dos encantamentos de cravo e canela, adentrou na mata pra ver as cura de fumaça dos Caboclo, aprendeu os fazimento dos Pajé, dos raizeros, das plantas dos Santos, banhos, chá e dos benzimento.
Diz que o curador era cor de caramelo, nem preto, nem braquelo, e justo purisso, ele tinha os caminho aberto no mundo dos vivo e dos morto, dos branco e dos pretos, passsejava entre os doutô e os curandeiro, hora abrino conta na banca do Coisa- Boa, hora do Coisa-Ruim.
O que tinha jeito ele dava um curamento: berne, tosse catarrenta, nó na tripa, cabelo ralo, bafo de cabrito, regra sem dia, verme de barriga, dor de garganta, cu frouxo, febre, calor de moça velha, possuimento, ferida mandada, dor de amor, pobrema de pinguelo mole, boca torta, dor de dente, zóio amarelo, fraqueza, mau zolhado, batedera de coração, papada gorda, zóio esbugalhado, coração partido, desamimamento, quebrante, surdeira, queimadeza, furado de revorve, corte de fação, e sabe lá o que mais, os que não dava cura, o Capa-Preta carregava na garupa.
Di caixeiro viajante no sertão velho o andador criou fama de Jean-Francês-Boticário-Curador, fez reza, encantamento e bateu tambor, deu remédio de Santo e remédio de doutô, sarvou uns mirrado galego vermeio, com canja, rezamento e manjerição, socorreu boiadero baleado, remendou perna de Saci, e até estrepe de pé de lobisomem o danado tirou.
Despois de morto, ele se virou em fantasma de plantão nas beirada da Bocaina, purcausadique quando que vivo, o sangue das preta daqui lhe corria nas veia, diz que o pai dele era um francês e ninguém sabe se mãe andou com o home por gosto ou por força, conta o povo que a preta morreu de parto e o estrangero criou o menino na casa grande.
Antionti de noite eu vortava de bicicreta, juro trêis veiz que senti um vento de luz alumiada soprar no meu cangote, quando virei de esgueio, era ele que ia a galope no caminho dos tropeiros, falaro despois que foi o causo de o assombração curador socorrer um motoqueiro ressacado, zoiudo e glutão que fazia pouso na Fazenda Boa Vista, diz que o encardido virou o zóio, estribuchou e gumitou, foi quando a Carminha Rezadera invocou o Jean-Francês, de manhã o motoqueiro acordou bão, e eu sem ser curpado de nada, por pouco num caí da bicicreta.
Making Off
Não é porque eu vi que existe e não é porque eu não vi que não existe