A tática de sobrevivência básica é entrar no latão e já ir cavucando para chegar no fim do vagão, menos lotado, evita assim alguma subaqueira permanente, cheiro de dormido ou coisa pior.
O Eterno David |
Eis que hoje tinha uma psicopata no trem, sentada ocupando espaço de 3 cabras lá no fundão.
Pagou 3 passagens? Não. Ignora a proibição legal de sentar no assoalho do trem? Sei lá.
Parei de pé um pouco à frente da dona do vagão, ela abaixou os óculos escuros em uma franca estratégia de intimidação na luta diária por território, encarei de volta.
lembrei daqueles filmes estúpidos de sessão da tarde "Sr, tenho contato visual com o inimigo, câmbio e desligo..." me contive, mas alguma cara de deboche escapuliu.
Seria alguém que trabalhou comigo em 1935? Nem imagino.
Ataque e defesa, armas biológicas de precisão cirurgica: espirros, tosses catarrentas, ranho de nariz, são de grande valia nessa hora, ou o mais ultrajante dos armamentos: os peidos represados da manhã ... pena, todo meu arsenal estava zerado.
Indefesa peguei meu telefone... e não sei o que a folgadona ficou fazendo.
Seria a causa da implicância o meu visual moderno-quarentona-trabalho-de-coturnos-e-que-se-foda? o que faria a jovem Bolsanara? Teria ela algum estratagema? Ejacular em mim seria uma tarefa anatomicamente desafiadora...no mais diz que não é crime ... descartado, relaxei.
Cobicei um acento que vagou, ela rápida e lépida sentou-se desafiadora...emiti uma vibração de enfia o banco no seu rabo sujo de chão de trem, vaca e ohummmmm, paz e plenitude invadiram meu ser.
Outro banco vagou... em frente a cu sujo, sentei né, a inimiga movendo seus óculos escuros, fez novo contato visual... será que a moça não gosta do que eu gosto me paquerou? Duvido.
Retomei o celular e pelo whattsap avisei aos amigos e parentes que tinha uma psicopata no trem e não sei o que ela ficou fazendo, porque aproveitei e curti um solzinho abusado que dourava o vagão e me apetecia.
Na estação final, enrolei, e a tal levantou-se primeiro, derrubou celular, e sei lá quais outros cacarecos ... por precaução, tomei distância e não virei as costas para a minha mais recente adversária.
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